Entenda mais sobre o estresse térmico em animais, seus efeitos prejudiciais e como podemos ajudar a proteger nossos amigos de quatro patas contra o calor excessivo e o frio intenso.
O Brasil, por ser um país continental, apresenta grande diversidade climática, com variações de temperatura significativas, passando dos 40ºC em alguns locais e até com marcações negativas em outros. À medida que as mudanças climáticas tornam as condições meteorológicas mais extremas, o estresse térmico em animais se torna uma preocupação crescente.
Nosso país possui três tipos de clima: equatorial, tropical e temperado. O clima equatorial abrange a Floresta Amazônica, onde chove quase diariamente e faz muito calor. O clima tropical varia de acordo com a região, mas também é quente e com chuvas menos regulares. Já o sul do Brasil é a região mais fria do país, com clima temperado.
O estresse térmico é uma condição que ocorre quando o ser vivo é exposto a temperaturas extremas que estão além da sua faixa de conforto térmico. Isso pode ocorrer tanto em situações de calor excessivo, quanto em situações de frio extremo.
Cães e gatos regulam a temperatura corporal principalmente através da ofegação. Quando estão com calor, eles ofegam para liberar calor do corpo. A umidade na língua e nas mucosas bucais ajudam a resfriar o ar que passa pela boca, permitindo que o calor seja dissipado.
Para entendermos mais sobre como a sensação térmica pode ser determinante para o bem-estar dos nossos animais, é importante saber como isso interfere na vida deles.
VERÃO
Durante o verão, o calor excessivo pode levar os pets a sofrerem com golpes de calor e insolação. Eles são especialmente sensíveis ao superaquecimento, e a temperatura dentro de um carro estacionado, por exemplo, pode ficar perigosamente alta em questão de minutos, mesmo em dias relativamente frescos. Além disso, caminhar em superfícies quentes, como calçadas, pode causar queimaduras nas patas.
INVERNO
O inverno pode ser desafiador para cães, especialmente os de pelagem curta. Eles podem sofrer de hipotermia se expostos a temperaturas muito baixas por longos períodos. Fornecer abrigo adequado e roupas para cães pode ajudar a protegê-los do frio.
Gatos também podem sofrer com o frio intenso no inverno. Eles podem procurar lugares quentes para se acomodar, como dentro de casa, perto de aquecedores ou em tocas.
EFEITOS DO ESTRESSE TÉRMICO
INSOLAÇÃO
Em dias muito quentes, os pets podem sofrer de insolação ou golpe de calor. Isso acontece quando a temperatura corporal do cão ou do gato aumentam perigosamente e eles não conseguem mais dissipar o calor de maneira eficaz. Os sintomas incluem ofegação excessiva, salivação, fraqueza, vômitos, diarreia, colapso e convulsões. O golpe de calor é uma emergência médica que pode ser fatal se não tratada imediatamente.
DESIDRATAÇÃO
Tanto em cães quanto em gatos, o estresse térmico pode levar à exaustão e desidratação. Eles podem ficar letárgicos, com falta de apetite e, em casos graves, podem desmaiar devido à desidratação extrema.
QUEIMADURA NAS PATAS
Em superfícies quentes, como calçadas e estradas, os pets podem queimar as almofadas das patas. Isso causa dor e desconforto, além de exigir cuidados veterinários em casos mais graves.
HIPOTERMIA
Em climas muito frios, os cães e gatos podem sofrer de hipotermia, que é a queda perigosa da temperatura corporal. Isso pode levar a tremores, fraqueza, letargia e, em circunstâncias extremas, até mesmo a morte.
ESTRESSE E ANSIEDADE
Em ambientes quentes, os cães e gatos podem apresentar dificuldade para respirar e sinais de respiração rápida e superficial. O estresse térmico pode aumentar o nível geral de estresse e ansiedade nos animais, tornando-os mais irritáveis e menos confortáveis.
MEDIDAS PREVENTIVAS
- Ambiente climatizado: tenha certeza de que a ambiência da sua casa está adequada ao animal que você possui, com circulação de ar, sombreamento das áreas de descanso, abrigo ao frio e alimentação.
- Forneça água e alimento fresco: é de essencial manter a nutrição dos nossos animais em dia, além de sempre proporcionar água limpa e fresca, a fim de manter nossos pets no “score" e peso ideais para ele. Animais obesos e subnutridos tendem a sofrer mais com as condições climáticas.
- Evite caminhadas em dias quentes: esse ponto é de extrema importância, visto que esse é um dos maiores motivos de internação de pets, principalmente no verão. Em dias de calor, evite o passeio ao máximo, e se necessário, leve os pets para shoppings, parques bem arborizados, entre outros locais com sombra.
- Não deixe o animal em carros: mesmo em dias amenos, a temperatura interna de um carro aumenta exponencialmente em referência à temperatura externa, causando estresse térmico em poucos minutos no animal que está dentro do veículo.
- Monitoramento: sempre acompanhe as mudanças de comportamento do seu pet em dias quentes e frios.
- Consulte um veterinário: em caso de mudança de comportamento, leve ao seu médico-veterinário de confiança.
SINAIS DE ESTRESSE TÉRMICO
- Ofegação excessiva e rápida: se o seu cão ou gato estiverem ofegantes de forma intensa e rápida, isso pode ser um sinal de que eles estão superaquecendo.
- Salivação: salivação excessiva é comum em cães quando estão quentes e estressados.
- Fraqueza e falta de coordenação: se o seu animal de estimação estiver demonstrando fraqueza, dificuldade em andar ou falta de coordenação, isso pode indicar um golpe de calor iminente.
- Vômitos e diarreia: o estresse térmico pode levar a problemas gastrointestinais.
- Mucosas pálidas: as mucosas (como as gengivas) podem ficar pálidas em animais de estimação que estão com estresse térmico.
- Tremores: se o pet estiver tremendo de forma intensa, isso pode ser um sinal de que ele está com frio extremo, correndo perigo de hipotermia.
- Letargia: animais de estimação que estão com frio extremo podem se tornar letárgicos e apresentar uma redução significativa de sua atividade.
- Respiração superficial e rápida: os gatos, em particular, podem apresentar respiração superficial e rápida quando estão com muito frio.
O estresse térmico é um problema grave que afeta cães e gatos, especialmente durante períodos de calor ou frio extremo. Essa condição pode levar a problemas de saúde sérios, incluindo insolação, desidratação, problemas cardíacos, respiratórios e renais, e até mesmo a morte.
Aos primeiros sinais de alteração comportamental e fisiológica ou caso você suspeite que seu pet esteja sofrendo com estresse térmico, entre em contato com um médico-veterinário imediatamente.